por Irene Tokoshico Nahasha
Ará!*
Ops, esqueço meus costumes brasileiros depois de muito tempo morando no Japão.
Nasci e fui criada em Tokyo por trinta anos e vim morar no Brasil. Conheci a nossa líder em um dos milhares de barzinhos de copo sujo da cidade, quando ela ainda era uma qualquer.
Tive a oportunidade de ser convidada para participar dessa grande façanha que é o clube do povo, nome dado à todas as reuniões realizadas com as caminhoneiras no pesqueiro que frequentamos.
Achei importante a minha participação aqui, já que vocês, brasileiros, tem muito preconceito contra os japoneses. Esse negócio de falar que japonês tem o piu-piu pequeno é pura lenda. Eu faço isso por experiência própria, já que dos sessenta e sete anos de idade que tenho, treze deles foram ao lado de um homem, muito bom de cama de com um dote recomendável. Graças à ele, tive nove filhos: Mamoru, Kaiako, Fiore, Sakura, Taichii, Setsuna, Nadre, Haruka e Toshio. Nomes muitos bonitos e criativos, assim como os filhos da Baby Consuelo. Todos meus filhos são super saudáveis e bonitos, como eu e Eiji, meu ex-marido.
Mas nós, mulheres, também somos alvo da discriminação racial. Nem tanto como os japoneses (do sexo masculino), mas as mulheres japonesas sofrem um preconceito sem limite por todos, até por nossa raça mesmo.
Certa vez, enquanto eu pescava um baiacu no clube do povo, eu ouvia a conversa das minhas companheiras com o mascote do grupo. Toda caminhoneira anda com um chaveirinho do lado e o nosso era ele, o dono da verdade, Fredy Gomes do blog CILIBRINAS.
Esse mascote, muito abusaco que é, estava fazendo algumas comparações com a nossa líder:
- Dhé, sabia que dá pra medir a profundidade, a largura e até ver o espelho de uma buça pela palma da mão das pessoas?
- Verdade mesmo?
- Sim, deixa eu ver a palma da sua mãe direita.
- (mostrando)
- Você tem uma xana com lábios carnudos, não é tão profunda, mas é bem larga. Ah, é bem peluda também. Parece um veludo...
- Nooossa! Você acertou tudo, mas como deu pra perceber que ela é peluda.
- Ah, gata. Só pelos pêlos no seu peito já deu pra jogar um "H" né?
E aquela conversa se extendeu por horas e horas até que eu não agüentei e quis desmascarar esse mascote de 3ª, já que ele tinha lido a mão de todas as caminhoneiras. Falei: "Hey, se você é tão bom, leia minha mãe e acerte. Se você acertar, eu mostro minha perseguida em público!" E ele, sem fazer cerão, leu:
- Não precisa mostrar, não. Mas eu faço questão de ler!
Irene (alisando a mão), você tem uma bucetinha pequena, estreita, raspada e parece uma almofadinha. Mas tem um pequeno detalhe. Aliás, um GRANDE detalhe: Você tem uma língüa de 5 cm que sai da sua vagina.
Eu, muito surpresa, recolhi minha mão imediatamente, dando a entender que ele tinha acertado!
Como aquele hentai* sabia tanto da minha vida se eu nunca posei nua? Sendo que eu só tive um único companheiro sexual e estável do sexo masculino. Com as mulheres que saí, eu nunca permiti que elas me fotografassem no momento íntimo. Fiquei pasma com aquilo que estava ouvindo...
Resultado: tive que ficar pelada na frente de todo mundo e ainda esticar minha língua para que todas vissem. Quem manda eu ser audaciosa...
Mas eu não iria tocar nesse assunto!
Estou aqui hoje para falar sobre a discrimação que todas nós, caminhoneiras sensuais, sofremos. Só pelo fato de sermos um pouco másculas, não vos dá o direito de nos julgar. Eu gosto de me sujar de gracha mesmo, e daí? Eu gosto de andar com uma furadeira na cintura também, e daí? Gosto de beber cerveja no gargalo também, e daí? Enfim, eu gosto de ser uma das butches.
"Butches não são mulheres que desejariam ser homens. Butches são mulheres que se sentem mais à vontade com comportamentos tidos como masculinos, mas que na verdade podem ser praticados tanto por homens quanto por mulheres. Butches, verdade seja dita, sequer são sempre lésbicas, visto que muitas mulheres heteros preferem esse mesmo jeito simples e direto de se expressar e vestir. " Susie Bright
(Fonte: Uva na Vulva)
- Não julgue uma mulher por ela ser masculina.
- Não julgue uma mulher por ela ser japonesa.
- Não julgue uma mulher por ela ser mecânica.
- Não julgue uma mulher por ela dirigir trator sem camiseta.
- Não julgue uma mulher por ela ter uma língüa grande...
Essa é a ligação de hoje, moçada. Beijos na sebosa!
Ará!*
Ops, esqueço meus costumes brasileiros depois de muito tempo morando no Japão.
Nasci e fui criada em Tokyo por trinta anos e vim morar no Brasil. Conheci a nossa líder em um dos milhares de barzinhos de copo sujo da cidade, quando ela ainda era uma qualquer.
Tive a oportunidade de ser convidada para participar dessa grande façanha que é o clube do povo, nome dado à todas as reuniões realizadas com as caminhoneiras no pesqueiro que frequentamos.
Achei importante a minha participação aqui, já que vocês, brasileiros, tem muito preconceito contra os japoneses. Esse negócio de falar que japonês tem o piu-piu pequeno é pura lenda. Eu faço isso por experiência própria, já que dos sessenta e sete anos de idade que tenho, treze deles foram ao lado de um homem, muito bom de cama de com um dote recomendável. Graças à ele, tive nove filhos: Mamoru, Kaiako, Fiore, Sakura, Taichii, Setsuna, Nadre, Haruka e Toshio. Nomes muitos bonitos e criativos, assim como os filhos da Baby Consuelo. Todos meus filhos são super saudáveis e bonitos, como eu e Eiji, meu ex-marido.
Mas nós, mulheres, também somos alvo da discriminação racial. Nem tanto como os japoneses (do sexo masculino), mas as mulheres japonesas sofrem um preconceito sem limite por todos, até por nossa raça mesmo.
Certa vez, enquanto eu pescava um baiacu no clube do povo, eu ouvia a conversa das minhas companheiras com o mascote do grupo. Toda caminhoneira anda com um chaveirinho do lado e o nosso era ele, o dono da verdade, Fredy Gomes do blog CILIBRINAS.
Esse mascote, muito abusaco que é, estava fazendo algumas comparações com a nossa líder:
- Dhé, sabia que dá pra medir a profundidade, a largura e até ver o espelho de uma buça pela palma da mão das pessoas?
- Verdade mesmo?
- Sim, deixa eu ver a palma da sua mãe direita.
- (mostrando)
- Você tem uma xana com lábios carnudos, não é tão profunda, mas é bem larga. Ah, é bem peluda também. Parece um veludo...
- Nooossa! Você acertou tudo, mas como deu pra perceber que ela é peluda.
- Ah, gata. Só pelos pêlos no seu peito já deu pra jogar um "H" né?
E aquela conversa se extendeu por horas e horas até que eu não agüentei e quis desmascarar esse mascote de 3ª, já que ele tinha lido a mão de todas as caminhoneiras. Falei: "Hey, se você é tão bom, leia minha mãe e acerte. Se você acertar, eu mostro minha perseguida em público!" E ele, sem fazer cerão, leu:
- Não precisa mostrar, não. Mas eu faço questão de ler!
Irene (alisando a mão), você tem uma bucetinha pequena, estreita, raspada e parece uma almofadinha. Mas tem um pequeno detalhe. Aliás, um GRANDE detalhe: Você tem uma língüa de 5 cm que sai da sua vagina.
Eu, muito surpresa, recolhi minha mão imediatamente, dando a entender que ele tinha acertado!
Como aquele hentai* sabia tanto da minha vida se eu nunca posei nua? Sendo que eu só tive um único companheiro sexual e estável do sexo masculino. Com as mulheres que saí, eu nunca permiti que elas me fotografassem no momento íntimo. Fiquei pasma com aquilo que estava ouvindo...
Resultado: tive que ficar pelada na frente de todo mundo e ainda esticar minha língua para que todas vissem. Quem manda eu ser audaciosa...
Mas eu não iria tocar nesse assunto!
Estou aqui hoje para falar sobre a discrimação que todas nós, caminhoneiras sensuais, sofremos. Só pelo fato de sermos um pouco másculas, não vos dá o direito de nos julgar. Eu gosto de me sujar de gracha mesmo, e daí? Eu gosto de andar com uma furadeira na cintura também, e daí? Gosto de beber cerveja no gargalo também, e daí? Enfim, eu gosto de ser uma das butches.
"Butches não são mulheres que desejariam ser homens. Butches são mulheres que se sentem mais à vontade com comportamentos tidos como masculinos, mas que na verdade podem ser praticados tanto por homens quanto por mulheres. Butches, verdade seja dita, sequer são sempre lésbicas, visto que muitas mulheres heteros preferem esse mesmo jeito simples e direto de se expressar e vestir. " Susie Bright
(Fonte: Uva na Vulva)
- Não julgue uma mulher por ela ser masculina.
- Não julgue uma mulher por ela ser japonesa.
- Não julgue uma mulher por ela ser mecânica.
- Não julgue uma mulher por ela dirigir trator sem camiseta.
- Não julgue uma mulher por ela ter uma língüa grande...
Essa é a ligação de hoje, moçada. Beijos na sebosa!
Somos todos diferentes, tá?
Nota:
ará!* = cumprimento realizado para as mulheres, em japonês.
Ou seja: Olá, mulheres!
hentai* = significa "pervertido", em japonês.
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